CAPÍTULO VII
Eles deixaram a recepção debaixo de uma chuva de arroz e pétalas de rosas, passando através dos amigos que os felicitavam, embora Demi tivesse percebido que nem Taylor S. nem Taylor L. estavam lá para se despedir deles.
— Imaginei que você não gostaria de ter uma lua de mel — disse Joe com sarcasmo enquanto eles saíam de Londres. — Embora ver você vestida de noiva me faça ficar com segundas intenções.
— Então pode esquecê-Ias. Você me mandou comprar uma roupa nova, lembra? Foi o que fiz.
— Pena que você não seja sempre tão obediente — zombou Joe. — Por falar nisso, onde vou dormir esta noite? Posso tentar adivinhar?
Demi ficou corada. Eles tinham decidido mudar para a casa que Joe alugara no dia seguinte ao casamento, e ele não se opôs a que ela e Nicky permanecessem em sua própria casa até o dia da mudança. Entretanto, ela enrubesceu ao lembrar-se do impulso que a fez arrumar o quarto de cima, colocando lençóis limpos na cama e deixando uma camisola sobre ela para que a Sra. Johnson não desconfiasse da farsa daquele casamento. Quando, porém, a mulher chegou, com o carro que deveria apanhar a noiva, Demi já estava arrependida, só que não havia mais tempo de subir e reparar o erro antes de sair de casa.
— Talvez Nicky permita que você durma com ele! sugeriu Demi, com um sorriso malicioso.
— Ou talvez a mãe dele me deixe dormir com ela, que tal?
— Não!
— Não precisa ser tão veemente — brincou Joe. — Estou me lembrando de uma vez em que você mal podia esperar para que dormíssemos juntos.
Demi ficou envergonhada e sem coragem de encará-Io. Como esse casamento poderia dar certo, se ele insistia em remoer o passado a todo o momento?
— Bem, uma vez foi o bastante para que eu nunca mais quisesse repetir a triste experiência! — exclamou ela para disfarçar o embaraço. .
De repente, o carro parou bruscamente, jogando-a contra a porta. Joe a pegou pelos ombros. Seus olhos brilhavam de raiva quando a puxou para junto de si.
— Pare de me culpar, ouviu bem? — gritou ele, possesso. — Ou vou lhe dar razões reais para que você se queixe. E enquanto estivermos aqui...
Joe a beijou com ardor, acariciando os cabelos dela. O beijo a deixou com falta de ar. Finalmente ele a soltou e a encostou no banco.
— Agora sim você parece que acabou de casar! — ele comentou, com satisfação.
— Tenho certeza de que a Sra. Johnson ficará muito bem impressionada, mas você não precisava se dar ao trabalho.
— A opinião dos outros não me interessa.
Joe já havia preparado Nicky para o seu casamento e explicado a ele as mudanças que ocorreriam na vida de ambos. Entretanto, o menino estava preocupado apenas em saber quando Joe viria morar com eles.
Nicky já adorava o pai, e Demi teve muitos momentos de ciúme ao vê-Ios juntos. Em poucos dias de convivência parecia que Nicky havia passado de bebê para um garotinho bastante esperto.
Assim que o carro parou, Nicky apareceu na porta, desvencilhou-se do abraço da mãe com impaciência antes de se virar para o pai e pedir-lhe que o carregasse.
— Eu vou colocá-Io na cama — disse Demi logo que entraram. — Por que você não leva a Sra. Johnson para casa? — Na noite de núpcias? Nem pensar! — exclamou a Sra. Johnson, despedindo-se e dirigindo-se para a porta.
— Que tal se você me deixar colocar Nicky na cama? —Sugeriu Joe, depois de a babá ter saído.
— Você não se contenta em ser o pai dele? — perguntou Demi. — Quer ocupar o meu lugar, também? Só me faltava essa!
-Você me interpretou mal— exclamou Joe calmamente, embora estivesse um pouco tenso.
Colocou Nicky no chão, mas o garoto, percebendo o clima alterado, agarrou-se às pernas de Joe, reclamando.
— Bem, você parece cansada, e o médico disse para não se sobrecarregar, lembra? Deve estar enfraquecida, pois praticamente não comeu nada durante a recepção. Eu ia sugerir apenas que descansasse um pouco enquanto eu coloco Nicky na cama e preparo uma omelete para nós.
— Pelo amor de Deus, Joe, pare de representar!
Naquele instante, ela perdeu o controle. O que ele pretendia? Que ela se sentisse culpada e irracional? Pois estava conseguindo! Até mesmo Nicky a olhava com incredulidade.
— Eu vou cuidar de Nicky... — Demi começou a falar mas, ao lembrar o que havia feito no quarto de cima, mudou de ideia. — Está bem, se você insiste... Mas não se preocupe comigo. Se sentir fome eu mesma vou preparar alguma coisa.
Ela saiu do apartamento enquanto Joe e Nicky estavam no banheiro.
Lá em cima os últimos raios de sol entravam pela janela, refletindo-se na camisola que ela havia posto sobre a cama. Ia pegá-Ia quando de repente a porta se abriu e Joe gritou, exasperado:
— Então é aí que você está! Nicky quer o patinho dele e eu... .
Mesmo de costas para ele, Demi pôde perceber que Joe vira a camisola pela mudança no seu tom de voz, que se tomou subitamente suave.
— Muito bem, parece que depois de tudo ainda assim vou ter uma noite de núpcias — comentou-o, chamando a atenção, para a enrascada em que ela mesma havia se metido.
— Eu a coloquei aqui apenas por causa da Sra. Johnson — ela explicou, tentando se defender. .
— Ah, é? Uma mulher que há menos de duas horas disse que não se importava com a opinião dos outros? Eu não acredito.
— Isto é problema seu! Eu não dormiria com você nem se fosse o último homem na face da terra!
— E nem teria chance, se pensa que esse trapo de algodão a torna desejável — respondeu Joe, com brutalidade.
Ele pegou a camisola velha e os olhos de Demi se encheram de lágrimas. Não sabia por que tinha ficado tão magoada, mas a verdade é que aquelas palavras tocaram na antiga ferida aberta e ela desejou revidar com a mesma intensidade. Porém, a única coisa que conseguiu dizer foi:
— Pelo menos tenho o que usar! E você? Duvido que durma vestido.
— É claro que não, e até agora não tive reclamação nenhuma — ele falava sem se alterar.
Quando ela ia saindo do quarto, ele a puxou pelo braço com os olhos cheios de ironia.
— Fez isso apenas por causa da Sra. Johnson, Demi? Ou aquela outra mulher escondida dentro de você começou a dar sinal de vida?
— Eu não sei aonde você quer chegar.
A forma penetrante como ele a olhava deixou-a com falta de ar. Seu corpo tremia ao sentir o toque daqueles dedos.
Demi tentou evitar o olhar de Joe, virando-se para a frente; foi um erro, porque tudo o que ela podia ver era o peito másculo e sensual... E essa visão fez com que todas as antigas recordações acabassem voltando.
— O patinho de Nicky... — ela murmurou com voz rouca. — Por favor, deixe-me ir.
Ele a soltou, mas não se afastou. Demi sentiu então toda a masculinidade dele ao passar perto de seu corpo. O rosto dela estava vermelho de raiva só de pensar naquela intimidade forçada.
— Ainda vai demorar muito? — perguntou Nicky, pela terceira vez.
Eles estavam sentados no carro de Joe, indo para a casa nova. Demi ainda não sabia o que fazer com a antiga casa, e Joe sugeriu que seria um bom negócio alugá-Ia mobiliada durante as temporadas.
Ela mal tinha conseguido dormir naquela noite, e a conversa entusiasmada de Nicky quebrava o silêncio que pairava no ar. Na noite anterior, depois que Nicky adormeceu, ela foi direto para a cama, alegando que estava exausta e fugindo da insistência de Joe em conversar.
Ainda era início de verão, e o campo estava fresco e verdejante, embora não chovesse havia várias semanas. Certamente, com melhor estado de ânimo, Demi teria adorado o passeio.
Apesar da velocidade e do ar-condicionado que mantinha a temperatura agradável, ela não conseguia prestar atenção à paisagem, achando impossível relaxar.
A casa ficava numa pequena vila, tinha dito Joe, acrescentando que lhe daria um carro para que ela pudesse sair quando quisesse. Como Demi já sabia, pela convivência com Doug, a vida de um editor de jornal era bastante atribulada. Ele poderia ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite para resolver alguma emergência, por isso talvez Joe preferisse estar mais perto do centro -da cidade.
Quando Demi se referiu a esses problemas, ele pareceu não se importar e disse que ficariam naquela casa por pouco tempo, acrescentando:
— Você já está querendo se livrar de mim, hein?
Ela não sabia como conseguiria suportar a presença constante dele. Um único dia de convivência fora o bastante para lhe mostrar o quanto era cansativo representar que estava levando uma vida normal.
Desse jeito acabarei tendo outro esgotamento nervoso, pensou angustiada.
Apesar de terem achado a vila com facilidade, Joe precisou parar e perguntar onde ficava a casa. Construída no final de uma alameda estreita, puderam avistar uma casa de madeira preta e branca coberta de sapé, com janelas de treliça. A casa era cercada de lírios e árvores, e Demi ficou admirada com a beleza, virando-se espontaneamente para Joe e dizendo:
— É maravilhosa! .
— Antigamente era um barracão da época Tudor, mas foi reformado e ampliado — contou Joe, parando o carro. — O jardim é grande e se não me engano parece que um jardineiro vem uma vez por semana cuidar dele. Pelo que me informaram, no quintal há um balanço para Nicky brincar. Assim você não vai subir nas árvores, certo? — dirigiu-se ao filho.
Eles saíram do carro e Joe procurou as chaves para abrir o portão. Demi ficou aliviada ao ver que o portão tinha também um cadeado. Às vezes Nicky cismava de se aventurar e assim não poderia sair.
Ela e Nicky seguiram Joe, mas o menino soltou-se da mão dela e correu atrás de um gatinho que estava no jardim.
O bichinho entreteve Nicky por alguns minutos antes de fugir e desaparecer. Logo em seguida surgiu uma borboleta multicolorida chamando a atenção do menino que, eufórico, tentava alcançá-Ia. Joe já havia aberto a porta da frente, e quando Demi ia passar por ele viu-se levantada por braços fortes.
— O que você está fazendo com minha mãe?
Era a primeira vez que Nicky demonstrava possessividade. Seus olhos estavam cheios de raiva como os do pai costumavam ficar quando parou na frente dos dois.
— Eu estou carregando sua mãe no colo para entrar na nossa primeira casa. Os outros aspectos desse casamento talvez não sejam muito comuns — Joe dirigiu-se a Demi -, mas não vejo nenhum mal em seguir os costumes nesse caso, concorda?
— Ponha-me no chão! — gritou ela.
— Por quê? Você está com medo que eu a leve pro quarto e exija todos aqueles direitos conjugais que você prometeu ontem na igreja? Com meu corpo... — ele a lembrou.
Impaciente ao ver aquela discussão, Nicky se agarrou às calças do pai, dizendo:
— Ponha minha mãe no chão!
Com um olhar gozador para Demi, Joe perguntou:
— Foi você quem lhe ensinou a dizer isso?
Para alívio de Demi, o chalé tinha três quartos grandes.
Joe subiu a escada enquanto ela arrumava as roupas e brinquedos de Nicky no menor deles.
— Acho que é demais esperar que você faça isso também para mim.
Demi fingiu não ter ouvido. Ela se sentia mal só de pensar em tocar nas roupas que haviam entrado em contato com a pele dele.
A vida começou a cair numa rotina. Apesar de Demi demonstrar ciúme, Nicky continuava se dando muito bem com o pai. Normalmente ele se levantava na mesma hora que Joe para poder vê-Io antes que saísse para trabalhar. Desde. que eles chegaram ao chalé, Joe tinha se tomado distante e não fazia mais aqueles comentários que tanto a incomodavam.
Nos primeiros dias ele chegava tarde em casa, e depois começou a passar várias noites fora, no apartamento em
Londres. Demi tentava se convencer de que estava feliz.
A princípio, quando ele não voltava para casa, ela conseguia dormir com facilidade. Depois, seus sentimentos mudaram...
Tornou-se bastante difícil para ela dormir quando Joe não estava em casa, e Nicky acabou ficando irritadiço, perguntando a toda hora quando o pai iria chegar.
Uma tarde o telefone tocou, e uma voz masculina perguntou por Joe, apresentando-se como o dono do chalé. Ele parecia muito ansioso e, num impulso, assim que desligou, Demi discou para o apartamento de Londres, com a intenção de contar a Joe sobre o telefonema.
O telefone tocou por muito tempo, e ela já ia desligar quando alguém pegou o fone e uma voz feminina disse:
— Eu já atendi, querido. Espero que não seja do jornal. Isso são horas de telefonar?
Demi reconheceu a voz de Taylor S. e desligou sem dizer nada. Só não entendeu por que sentiu tanta dor ao saber que seu marido estava na companhia dela.
Joe voltou para casa na noite seguinte e, apesar de Demi ter prometido a si mesma que ignoraria completamente aquele telefonema, percebeu que seria muito difícil conseguir conversar com ele.
Ele colocou o paletó sobre uma cadeira e enquanto afrouxava o nó da gravata jogou-se numa poltrona dizendo:
— Meu Deus, como estou cansado!
— Talvez você devesse dormir um pouco mais — disse Demi, com doçura.
Ele estava de olhos fechados e abriu-os repentinamente, mostrando raiva e cansaço.
— O que você está insinuando? Um homem de carne e osso tem de satisfazer certas necessidades, senão acaba não conseguindo dormir. Mas é claro que você não entende nada disso, ou entende?
Jantaram em silêncio. Depois, Demi foi arrumar a cozinha. Quando voltou para a sala, começou a observar Joe, que estava adormecido, com as feições muito parecidas com as de Nicky. Desviou a atenção dele, convencendo-se de que apenas a semelhança havia despertado seu interesse, e subiu.
Já que ele gosta de poltronas, que durma aí! Não vou acordá-Io, disse para si mesma.
Demi, já estava dormindo havia algum tempo quando ouviu o telefone tocar, e na manhã seguinte encontrou um bilhete de Joe embaixo da garrafa térmica, dizendo que tinha sido chamado pelo jornal.
"Obrigado por ter me deixado dormir na poltrona", eram as últimas palavras irônicas do bilhete. Ela picou o papel e jogou-o no lixo.
Por que Joe havia se casado com ela? Para conviver mais com o filho? Mas mesmo nos fins de semana ele saía para trabalhar... Demi recusou-se a reconhecer que também estava sofrendo, embora se preocupasse em primeiro lugar com os sentimentos de Nicky.
Para descarregar o mau humor, ela vestiu um jeans e uma camiseta velha e passou quase toda a manhã cuidando das grandes jardineiras, enquanto Nicky brincava por perto, falando consigo mesmo.
Ele era uma criança cheia de imaginação e, ouvindo o misterioso monólogo, Demi percebeu que seu amor pelo filho crescia a cada dia.
Na hora do almoço, sentiu que suas pernas e costas estavam doendo de tanto ficar abaixada. Depois de cuidar do jardim, levou Nicky para dormir e entrou no banho.
O barulho de um carro parando a fez ir correndo até a janela. Ela ainda estava com os cabelos molhados quando vestiu o robe de seda. E era Taylor L. quem atravessava o jardim. Ela desceu para recebê-Io, surpresa pela visita inesperada. Ele parecia mais deprimido do que nunca.
— É Mary — disse ele com tristeza, depois que Demi lhe serviu uma xícara de chá. — Ela está querendo me abandonar outra vez. Reclama que sou maçante e que nunca a convido para sair. Também como poderia fazer isso? Joe nos obriga a trabalhar como escravas. Nossa tiragem subiu nas últimas semanas, mas ele diz que não vai descansar até que torne o Globe o jornal de maior vendagem do país. Quando chego em casa, estou tão cansado que só quero dormir, e Mary não consegue entender.
Parecia que ele ia explodir em lágrimas, e Demi teve de conter a irritação que estava sentindo. Não era de se surpreender que Mary fosse capaz de abandoná-Io novamente. A enorme insegurança daquele homem seria capaz de deixar qualquer pessoa fora de si.
— Escute Tay, você deve lhe explicar o quanto anda ocupado — aconselhou Demi. — Ou faz isso ou procura outro emprego que o desgaste menos.
— Você concorda com ela, não é? Você mudou muito, Demi. Antes costumava me ouvir e compreender, mas agora... Talvez eu devesse agir como Joe — ele falava acusando-a e agarrando-a pelos braços sem que ela pudesse impedi-lo. — Quem sabe agindo assim consiga tudo o que quero.
— Taylor solte-me! — ordenou Demi, mais indignada que assustada. — Não seja tolo. Eu não mudei. Apenas acho que, já que você e Mary estão juntos, você deveria fazer alguma coisa para melhorar a situação.
Demi percebeu que ele se acalmou, mas, em vez de soltá-Ia, encostou a cabeça nos ombros dela e disse com os olhos cheios de lágrimas:
— Oh, Demi, sinto muito.
— Você sentirá se não sair daqui imediatamente — gritou Joe da porta, e Taylor se afastou no mesmo instante. Joe estudou vagarosamente todo o corpo de Demi, com o rosto tão tenso de raiva que fez com que ela tremesse de medo. Taylor quase tropeçou depois de olhar para o rosto alterado de Joe. Ao notar que o marido estava desviando o olhar dela, Demi pediu-lhe que a deixasse explicar o que havia acontecido. Porém Joe encarou Taylor, ameaçando-o:
— E se você colocar novamente os pés aqui, eu vou dar-lhe uma surra inesquecível! — preveniu Joe, abrindo a porta.
Quando Taylor saiu, o silêncio tomou-se insuportável. Foi apenas quando ouviram o carro partir que Joe, olhou para as xícaras vazias e disse com desdém:
— Eu já ouvi dizer que as pessoas gostam de fumar um cigarro depois de fazer amor, mas tomar chá? Bem, só poderia ser hábito de Taylor. É isso que você gosta? Ou sente-se segura com ele porque na relação é você quem dá as cartas?
Como Demi não respondesse, ele gritou:
— O que está tentando fazer? Provar que eu não sou o único que posso gerar um filho com você? Bem, se for assim, nós nunca saberemos quem será o responsável pelo segundo!
Ele a alcançou antes que ela pudesse fugir, pressionando-a contra a parede.
— Joe, você não entende? Taylor... — Demi se interrompeu, sabendo que ele não a ouvia.
Joe a pegou pela cintura brutalmente e subiu a escada enquanto ela tentava se libertar.
— Eu não quero saber — disse ele, quando chegaram lá em cima.
O quarto de Demi era o mais próximo, e Joe abriu a porta, jogando-a sobre a cama e prendendo-a com o peso de seu corpo. Com uma das mãos ele lhe abria o robe enquanto com a outra lhe segurava os braços.
— Ele também olha assim para você? Meu Deus, eu já não me lembrava mais... — As palavras morreram em seus lábios quando Joe se abaixou, e como no passado, encontrou uma pequena mancha embaixo do seio.
O coração de Demi batia descontrolado ao toque daqueles lábios, ao mesmo tempo em que ela ofegava quando Joe tocava o bico de seus seios, fazendo-a gemer de prazer. O esforço de ficar deitada completamente quieta quase acabou com seu autocontrole. Ver o rosto de Joe junto a seu peito, onde Nicky muitas vezes havia descansado, a enchia de uma emoção muito forte.
— Os carinhos dele a excitam? — murmurou Joe com voz rouca. — Ou você é tão fria com ele quanto é comigo? Eu não sou de gelo, Demi, eu a quero. Você não percebe? — Ele soltou as mãos dela e depois colocou-a sobre a pele quente de seu peito, gemendo quando os dedos de Demi tremeram ao tocá-Io. . .
Novamente aqueles lábios procuraram seus seios, dominando-a, fazendo com que ela acariciasse os cabelos dele e sentisse um toque de prazer. Subitamente Joe a olhou, e já era muito tarde para que Demi conseguisse esconder a expressão de desejo que havia em seus olhos.
— Oh, Deus, Demi!
Ele tocou cada parte do corpo dela com os lábios. Com as mãos apertava-a contra o próprio corpo enquanto tentava se livrar da camisa e da calça.
Demi podia sentir o sangue pulsando nas veias. Jogou a cabeça no travesseiro, com o corpo estremecendo convulsivamente enquanto os lábios de Joe tocavam-lhe o pescoço, atormentando-a com beijos, fazendo com que ela implorasse que ele a possuísse totalmente.
A primeira vez que ela ouviu o choro de Nicky sua mente não conseguiu registrar, e Demi só compreendeu o que estava acontecendo quando Joe ficou quieto.
— Nicky — disse com voz trêmula, incapaz de encarar Joe. O que estava acontecendo com ela? Não conseguia imaginar nenhuma desculpa lógica ou válida que justificasse aquele comportamento. Bastava Joe tocá-Ia para que se transformasse em outra pessoa.
— É melhor você ir até lá — disse ele, frio. — Você tem sorte! Mais alguns minutos e teria acontecido.
Ela detestou a maneira como Joe a observava enquanto ajeitava o robe. De costas para ele, disse furiosa:
— Taylor só veio para falar comigo. Nós não...
— Vocês não o quê? Não fizeram amor? Você acha que eu não sei disso? Você pode ser capaz de congelar sua mente, Demi, mas não seu corpo. Ele me exige, mesmo que você não me queira.
— Eu não sou Taylor S.! — gritou ela, saindo da cama, tremendo quando Joe a agarrou pelo pulso, puxando-a para trás.
— O que é que você está querendo dizer?
— Exatamente o que você pensou. — Ela se recusava a ser intimidada. — Outra noite eu telefonei para seu apartamento e foi Taylor S. quem atendeu.
— E minha esposa puritana logo chegou à conclusão de que, já que estávamos no apartamento, obrigatoriamente isso incluía cama. Você não poderia estar mais enganada. Taylor S. foi me procurar para resolver um problema de trabalho, só isso.
Joe a soltou sorrindo, e Demi pôde notar a satisfação estampada no rosto dele. Enquanto ela confortava Nicky, que havia tido um pesadelo, Joe desceu para a cozinha como se nada tivesse acontecido.
Quando Nicky dormiu, ela também foi para a cozinha.
— Você gosta de tomar banho de sol? Com o seu tipo de pele, seria melhor que fosse se acostumando aos poucos, assim estará preparada.
— Preparada para quê? — perguntou Demi, aborrecida por ter entrado naquele jogo de palavras misteriosas.
— Eu não lhe disse?Como tenho trabalhado muito ultimamente, estou pensando em tirar umas férias para viajarmos.
— Eu não vou viajar com você. Vá sozinho ou leve Taylor S.!
Para contrariá-Ia, ele começou a rir. ' — Acho que não posso fazer isso. Nós vamos ficar uns tempos com minha madrinha e eu já disse a ela que minha esposa é morena. É claro que eu e Nicky podemos ir sozinhos.
— Nunca!
— É o que você pensa! Nicky e eu vamos de qualquer jeito, com ou sem você. Já preparei tudo, inclusive reservei as passagens para a travessia da balsa. Partiremos na próxima quarta-feira.
— Balsa? Onde mora sua madrinha?
— Oh, eu não lhe disse? Devia estar preocupado com outros problemas. Ela mora na França perto de St. Jean Cap Ferrat. Possui uma vila com uma praia particular. Nicky vai adorar. — Ele imprimiu um tom decisivo às últimas palavras, e Demi sabia que Joe pretendia levar Nicky para a França com ou sem a companhia dela: — Bem, você vai conosco?
— Certamente não deixarei Nicky sozinho com você!
— Que esposa encantadora! — zombou ele. — Você precisará providenciar algumas coisas, não? Eu estava pensando em sugerir que a Sra. Johnson ficasse com Nicky na segunda-feira.
— Você pensa em tudo, não? Como consegue? — Demi fitou-o com raiva.
Ele parecia prever cada passo que Demi iria dar, e ela não gostava desse tipo de policiamento. Não contente em ficar com o filho, ele queria também controlar a vida dela.
— Eu tento — ele riu -, embora nem sempre tenha conseguido acertar no alvo! Você deve ficar satisfeita com esta informação, hein?
Com esse comentário enigmático ele foi para o jardim, desabotoou a camisa, jogando-a sobre a grama, e se deitou sob o sol. Seu corpo era grande e musculoso, o estômago sem nenhuma barriga. Demi observava, mas desviou o olhar com medo da descoberta que havia acabado de fazer.
Ainda o amava com paixão. Seu corpo descobrira isso antes que ela pudesse se dar conta. Só não queria que ele soubesse, pois seria uma humilhação muito grande. Demi tapou a boca com a mão para evitar um grito de agonia. Como poderia suportar passar o resto da vida com Joe, fingindo que o odiava, principalmente se ele continuasse a provoca-Ia? Desejava que ele a possuísse totalmente e, se isso acontecesse, acabaria se traindo.
Decidiu que o melhor seria manter a maior distância possível entre eles. Jamais poderia permitir que os acontecimentos daquela tarde se repetissem. Se Nicky não tivesse chorado naquele exato momento, Joe a teria possuído sem encontrar a menor resistência. Seu rosto queimava ao lembrar o comentário dele sobre o final inevitável daquele encontro.
Ela subiu para acordar Nicky e vestiu-Ihe uma camiseta e um short, sentindo-se satisfeita ao ver aqueles bracinhos e peminhas tão gorduchos!
Quando desceram, disse-lhe que fosse ao encontro do pai, tentando evitar o sentimento de ciúme, e fechou a porta quando Joe esticou um braço para, pegar o filho e o puxou para junto de si.
Como eles são parecidos! Não pôde deixar de pensar e reconheceu que a cada dia que passava Nicky estava mais apegado ao pai.
OMG..
ResponderExcluirVocê me deixa muito curiosaaa..
Oque vai acontecer agoraaaa???
Posta Logo amor..
BjBjuuu