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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CAPÍTULO IV

CAPÍTULO IV


O dia amanhecera bonito, e Demi vestiu Nicky com a roupa que a mãe de Miley havia presenteado no Natal. Na época ficara um pouco grande, mas agora servia perfeitamente, e Demi se sentiu orgulhosa ao vê-Io crescendo.
Nick trabalhava para um tio que dirigia uma firma de importação de vinhos em L. A e, como não folgava aos sábados, ofereceu-Ihes uma carona a caminho do trabalho.
Nicky adorava passear de carro e a cada instante chamava a atenção da mãe, maravilhado com as paisagens diferentes que iam surgindo pelo caminho.
O zoológico estava cheio, e Nicky se divertiu bastante.
Quando Demi viu o comportamento das outras crianças, pôde perceber quanto Nicky era comportado. Ele olhava para os animais com sincera admiração, atraindo sorrisos dos adultos que o observavam.
Como ela imaginava, Nicky acabou ficando exausto e, ao subirem no ônibus que os levaria de volta, ele adormeceu em seu colo.
O dia ainda estava quente. Miley tinha ido passar à tarde com alguns amigos que moravam do outro lado de L. A.
Depois de pôr Nicky para dormir, Demi colocou um biquíni e deitou-se na grama do jardim.
O livro que levou para ler era pouco interessante e logo sentiu-se sonolenta. Fechou os olhos e adormeceu imediatamente. Acordou com o pressentimento de que não estava mais sozinha.
— Miley?
— Acho que não — respondeu uma voz masculina.
— Joe! — ela exclamou assustada, enquanto tentava compreender o motivo daquela visita inesperada.
Ele estava usando jeans e uma camisa de algodão aberta no peito e segurava os óculos escuros dela.
— Você esqueceu isto no carro. Deve ter caído de sua bolsa.
Ele observou demoradamente o corpo de Demi, e ela tentou não se mover. Depois do nascimento de Nicky, os seios tinham ficado mais cheios, e a cintura e os quadris continuavam bem-feitos.
— Você poderia ter esperado até segunda-feira para devolvê-Ios. Ou quis se certificar de que minha enxaqueca era real e não uma desculpa para faltar ao trabalho?
Enquanto falava, olhou instintivamente para o quarto de Nicky e, no mesmo instante, baixou a voz. Ela nem ousava pensar no que aconteceria se o filho de repente acordasse e os visse juntos.
— Não seja estúpida. — Seu olhar se dirigiu para os lábios de Demi que ainda estavam inchados.
Quando ela se mexeu, notou que Joe tinha empalidecido.
O biquíni deixava à mostra as marcas que os dedos dele haviam feito quando haviam discutido na noite anterior.
— Eu fiz isso?
— Você ainda duvida? Acha que eu gosto de ser agarrada à força?
— Não sei se gosta, mas, se for assim, Taylor não deve satisfazê-Ia — ele disse, com ironia. — Você prefere o estilo dele?
— Talvez seja mais agradável. Quem sabe...
Antes que Demi pudesse evitar, Joe a agarrou fortemente pela cintura.
— Então vamos experimentar. Assim você tira suas dúvidas...
Ele a segurava pela cintura quando Demi ouviu um, barulho no portão. Seu coração disparou ao ver que Miley e Nick fitavam os dois com surpresa. Uma olhada para o rosto de Miley foi suficiente para confirmar as suspeitas da amiga em relação ao pai de Nicky. Ela fez uma rápida apresentação, ficando surpresa quando Joe se inclinou para pegar Caterina, que o olhava admirada..
— Eu vim até aqui para devolver os óculos que Demi esqueceu no meu carro na quinta-feira à noite e esperava tomar alguma bebida refrescante.
Ele já tinha planejado entrar Demi, porém, não podia convidá-Io. Percebendo a ansiedade dela, Miley disse:
— Eu fiz uma limonada antes de sair. Por que nós não vamos até minha casa? .
— Primeiro vou me vestir — disse Demi, ansiosa para escapar e verificar se Nicky ainda dormia.
Por sorte ele estava mergulhado num sono profundo e Demi deu-lhe um beijo no rosto. Colocou um vestido de algodão, tentando imaginar uma forma de se livrar de Joe o mais rápido possível. .
Quando chegou ao apartamento dos amigos, Joe e Nick conversavam sobre carros. Miley começou a contar o passeio feito quando Caterina, que antes estava distraída com alguns brinquedos, assustou Demi olhando para Joe e dizendo claramente "Nicky". .
— Quem é Nicky? — perguntou ele. — Parece que ele tem grande amizade com Caterina.
— É um menino com quem ela está acostumada a brincar — disse Miley rapidamente. — Ela está começando a falar e por enquanto todos os homens se chamam "Nicky".
Demi não conseguiu dizer mais nada depois daquele momento angustiante. Se Nicky tivesse aparecido na sala chamando Joe de pai, ela não teria ficado tão assustada.
Joe foi embora logo depois, e Nick acompanhou-o para ver o carro dele. Quando eles saíram, Demi ficou na janela, olhando para o jardim.
— Ele é o pai de Nicky, não é? — perguntou Miley.
Demi manteve-se calada. Não adiantava mentir.
— Ele sabe? — Miley continuou antes que Demi pudesse responder. — É claro que não. Você o apresentou como seu chefe!
— É uma história muito longa...
Elas eram amigas sinceras, mas mesmo assim Demi não teve coragem de contar toda a verdade. Tentando escapar, disse a Miley que Nicky deveria estar acordando. .
— Ainda bem que ele não acordou antes — ela desabafou.
— Talvez tivesse sido melhor que ele acordasse e encontrasse Joe — respondeu Miley. — Nicky precisa do pai.

Demi rebatia a mesma carta pela terceira vez e com desânimo a tirou da máquina.  Joe estava de péssimo humor e parecia piorar mais a cada dia. Ele a obrigava a trabalhar até mais tarde e, quando Demi chegava em casa, Nicky já estava dormindo. Ela havia procurado outro emprego, mas o momento não era favorável e acabou não encontrando nada. Não passava um só dia sem que ele fizesse um comentário malicioso com relação a Taylor L.
Naquele momento, Joe havia saído para resolver um problema com o título de um dos artigos.
Demi sentia-se cansada por causa do calor e do trabalho intenso e, além disso, não estava se alimentando bem. Desde a chegada de Joe, tinha perdido o apetite. Achava que ele agia dessa forma hostil para que acabasse cedendo e pedisse demissão, mas ela não desistiria tão facilmente.
O telefone tocou, e Demi empalideceu ao perceber o nervosismo de Nick, do outro lado da linha. No início ela não entendeu o que ele dizia, mas, quando compreendeu, deixou o fone, cobrindo o rosto com as mãos. A porta se abriu e Joe entrou, assustando-se ao ver a palidez de Demi.
— Santo Deus, o que está acontecendo? — ele perguntou, olhando para o telefone.
Demi pegou a bolsa e tentou ficar de pé. .
— Eu preciso ir... — Ela estava sobressaltada e tremendo.
— Sente-se! — ordenou Joe, forçando-a a obedecer.
— Eu tenho de ir... Nicky precisa de mim. — As lágrimas escorriam por seu rosto.
Joe apanhou o telefone.
— Aqui é Jonas. O quê... Nick? — Ele olhou para Demi.
— Está bem, deixe tudo comigo — disse friamente. — Qual é o hospital? — E, desligando o telefone, encarou-a. — Então Nicky é seu filho? Meu Deus, claro, é por isso que você não quer que Taylor L volte para a esposa. Por que esse idiota não se decide e escolhe uma das duas?


Demi nem ouviu as palavras de Joe. Desde que Nick explicou que Nicky estava no hospital, ela só conseguia pensar nisso.
Tinha certeza de que um dia isso acabaria acontecendo, pensou com tristeza, imaginando Nicky sozinho, sem os cuidados dela.
— Eu preciso ir — disse ela, passando por Joe para sair.
— Desse jeito? — Ela olhou para ele, mal podendo enxergar. Conseguiu apenas dizer vagarosamente:
— Eu já datilografei as cartas. Até logo!
— O quê? Eu não quero saber das cartas — gritou Joe. — Você já chamou um táxi?
Ela respondeu que não, e ele pegou o telefone discando os números com raiva. Falou alguma coisa e desligou, pegando o braço de Demi.
— Meu carro está lá fora. Vamos.
— Não quero ir com você.
— Não seja tão estúpida — disse Joe, puxando-a. — Seu filho está no hospital. O importante é você chegar o mais rápido possível até ele ou prefere que eu chame Taylor L?
Como Demi não respondesse, ele a conduziu pelo corredor, parando na recepção para avisar que iam sair.
Com o choque, ela até se esqueceu de perguntar o endereço do hospital e depois de algum tempo reconheceu que, sem a ajuda eficiente e rápida de Joe, não teria conseguido forças para enfrentar a situação.
Foi apenas quando parou o carro no estacionamento do hospital que ele disse:
— Ninguém no jornal sabe de seu filho? Você deve ter muita consideração por Taylor L para manter esse segredo. Ainda acredita que ele se preocupa com você? Ele lhe deu um filho e não se divorciou da esposa até hoje. O que você está esperando?
As lágrimas escorriam pelo rosto dela. Como uma criança, Demi deixou que Joe a ajudasse a sair do carro. Miley a esperava com o rosto pálido.
— Ele caiu da macieira — ela explicou desesperada. — Eu saí por um instante para pagar o leiteiro e quando voltei ele tinha caído. Parece que quebrou o braço.

Foi Joe quem a tranqüilizou dizendo que isso podia acontecer com qualquer um.
— Você não pode vigiá-Ios o tempo todo, Miley. Acalme-se, está bem?
Miley havia deixado a filha com uma vizinha e olhou para Demi sem saber quem precisava mais dela, se Caterina ou a amiga. Joe percebeu o embaraço de Miley e acrescentou:
— Eu fico com Demi. Você pode ir para casa e ficar com sua filha.
A sala de espera estava vazia. Demi olhava para uma das portas quando a enfermeira apareceu.
— Sra. Lovato? — ela perguntou com um sorriso. Seu filho passa bem. Ele quebrou o braço, mas já está sendo engessado. Nós lhe demos uma injeção apenas por precaução. Se a senhora e seu marido quiserem me acompanhar...
Demi ia corrigir o engano, porém a moça já havia se adiantado no corredor, esperando que eles a acompanhassem.
— Seu filho se parece muito com o senhor — comentou a enfermeira. — E além do mais é muito corajoso. Nem chorou!
Demi quase perdeu o fôlego, mas Joe a fez seguir em frente. Nicky estava na enfermaria, sentado numa pequena cama, e quando viu a mãe seu rosto se iluminou.
— Eu caí da árvore e por isso engessaram meu braço, mamãe.
O menino parecia bem, mas Demi precisava pegá-Io no colo para certificar-se disso. Ele se contorceu impacientemente quando ela o abraçou. Olhando para Joe, Nicky perguntou:
— Quem é ele?
Joe olhava para Nicky sem conseguir acreditar. Demi sabia que agora ele não faria mais comentário algum sobre Taylor L ser o pai da criança.
Ignorando a pergunta do filho, Demi se dirigiu à enfermeira:
— Ele pode ir para casa? .
— Claro! O médico quer apenas lhe dar algumas instruções de como cuidar dele. A senhora sabia que o tipo sanguíneo de seu filho não é muito comum?
Demi sabia e suspeitava que Nicky tivesse herdado isso do pai, uma suspeita que a expressão de Joe confirmou.
A enfermeira foi atender uma criança que estava chorando, e eles ficaram sozinhos.
— Meu Deus, por que você não me contou? Ele é meu filho e você não me diz nada!
— Ele não é...
— Não minta Demi. Ele é meu filho! Só um cego diria o contrário. Nós temos muito que conversar, não pense que vai se livrar dessa facilmente. Você me deve algumas explicações.
A chegada do médico interrompeu a conversa. Em vez de dirigir-se a Demi, o médico deu todas as instruções a Joe. Por causa da semelhança entre pai e filho seria inútil negar o parentesco. O fato de Joe ter chegado ao escritório naquele momento em que estava atônita e desorientada ainda a intrigava. Quando Nick lhe disse que Nicky estava hospitalizado, ela simplesmente não conseguiu enxergar mais nada. Era irônico imaginar que, se não fosse por isso, Joe nunca teria descoberto a verdade.
O médico terminou de falar, e Demi se abaixou para pegar Nicky.
— Deixe que eu o levo — disse Joe. — Ele é muito pesado para você.
— Não!
— Pelo amor de Deus! Eu não vou arrancá-Io de seus braços e sair correndo. Que tipo de homem você pensa que eu sou?
Os olhos dela responderam. Só porque Nicky era tão precioso para ela não significava necessariamente que Joe sentisse o mesmo; mas, quando ele viu Nicky, Demi ficou apavorada diante de sua fisionomia alterada.
Nicky entusiasmou-se ao ver o carro estacionado na frente do hospital. Joe segurou-o enquanto Demi se sentava, e depois colocou-o no colo dela.
— Está bem, filho? — ele perguntou, fechando a porta.
Ela estava muito preocupada com Nicky para prestar atenção ao caminho e, quando deu por si, Joe estacionava o carro em frente a um prédio. Demi olhou furiosa para ele.
— Nós temos muito que conversar — Joe disse suavemente.
Demi estremeceu. Por um instante ele pareceu irritado e nervoso o suficiente para matá-Ia.
— Eu quero ir para casa.
Ele saiu do carro e abriu a porta.
— Vamos, saia!
Eles já estavam no elevador quando Joe falou novamente. Nicky perguntou onde estavam e pareceu ficar satisfeito com a resposta de Demi de que conheceriam o apartamento do Sr. Jonas. .
— Vou lhe dizer uma coisa importante. Pelo menos você se preocupa com a criança — Joe começava a acalmar-se.
— Muito mais do que você poderia imaginar!
O apartamento de Joe era grande e confortável. Ele colocou-os à vontade antes de ir para a cozinha, de onde voltou com café e suco de laranja.
Nicky aceitou o suco alegremente. No carro ele tinha ficado quieto, e Demi suspeitou que fosse por causa do trauma do acidente. Agora ele estava sentado no colo dela, parecendo encabulado.
— Você tem filho? — Nicky perguntou, dirigindo-se a Joe.
— Sim — Joe respondeu com suavidade.
Nicky continuou:
— Eu não tenho pai. Mas eu quero um, não é, mamãe?
Demi pensou que fosse desmaiar.
— Bem, vamos ver o que podemos fazer sobre isso, filho.
Por que não dorme um pouquinho enquanto eu e sua mãe conversamos?

— Você não devia ter falado aquilo com ele! — Demi exclamou com raiva depois que ele colocou Nicky na cama.
Para surpresa dela, o menino não teve medo de dormir num quarto estranho. — Ele ainda é muito criança para entender por que não tem pai...
— E também é muito criança para esquecer que não teve um até agora — respondeu Joe, com a voz entrecortada.
— O que você está querendo dizer?
— Nicky é meu filho, Demi, e você não pode negar.
— Você é pai, mas não tem nenhum direito sobre ele.
— Não? Eu gostaria de saber a opinião de um juiz a respeito disso. Ele precisa de um pai. Até você pode perceber isso. É evidente!
— Você não vai tirá-Io de mim! .
— Espero não precisar chegar a tanto!
O que se passava na cabeça daquele homem? O que ele iria lhe pedir? Direito de visitá-Io? Ela seria obrigada a dizer que nunca permitiria que Nicky ficasse dividido entre eles. .
— Nós podemos casar e dar-lhe uma família.
O choque a deixou muda por um instante.
— Casar? — perguntou ela, quando recuperou a fala.  Depois do que você me fez? Nunca!
— Eu lhe dei Nicky — disse ele, com suavidade. .
Ela se afastou de Joe, demonstrando nervosismo.
— Nicky e eu não precisamos de você.
— Você, pode ser que não, mas ele precisa de um pai.
— Então eu encontrarei um para ele! — gritou Demi, assustando-se quando ele agarrou a mão dela. Havia cometido um erro tático, e os olhos de Joe revelavam uma frieza profunda. Ele nunca deixaria que ela desse um padrasto ao filho dele.
— Você seria capaz disso só para me contrariar, não é? Nicky é meu filho, e eu o quero o suficiente para ficar com você, mas, se você não concorda, encontrarei outra mãe para ele. Uma que fique em casa cuidando dele para não cair de árvores. Em casos de custódia, o juiz se preocupa primeiro com o bem-estar da criança. Eu posso lhe dar a segurança de um lar, de um pai e uma mãe. Ele não sofreria por ser deixado com vizinhas enquanto a mãe vai trabalhar. Tenho certeza de que você não precisa usar muita imaginação para saber a favor de quem o juiz ficará — Joe disse, com raiva.
Como ele podia ser tão cruel e mesquinho? Ela sentiu um nó na garganta, mas tentava manter-se calma para vencer a batalha pelo filho. Precisava usar argumentos lógicos e claros.
— Até hoje você nem mesmo sabia da existência dele —insistiu ela. — Como você pode afirmar que o quer?
— Você não o quis no momento em que o viu?
A expressão de Demi a traía.
— Eu nunca teria deixado que ele nascesse se soubesse que isso ia acontecer! — ela exclamou, com amargura, ficando chocada quando Joe a sacudiu com violência.
— Nunca mais quero ouvi-Ia falar desse jeito! – Ele estava furioso. — Se você estivesse falando sério, eu a poria daqui para fora na mesma hora... E ficaria com o meu filho!
Tal injustiça a deixou revoltada. Ele havia gerado Nicky sem o saber e agora ousava acusá-Ia de mãe irresponsável.
— Case comigo, Demi — disse ele, com voz firme. — Caso contrário, tomarei minhas providências.
— Dê-me algum tempo. — Ela estava exausta. — Eu farei o que for melhor para Nicky. Ter pais que brigam o tempo todo não é o ideal! Você também pensa assim, Joe? É lógico que pode ver que o casamento entre nós não será o melhor para Nicky.
Ao ouvir um barulho, Demi olhou para o quarto, mas Joe chegou primeiro e, quando ela entrou, ele já estava sentado perto de Nicky. O garotinho parecia sério e confuso. Sua voz saiu um pouco trêmula ao pronunciar o nome da mãe, aconchegando-se a ela quando Demi o tomou nos braços. O garotinho pressionou o rosto contra o peito dela ignorando a presença de Joe, e por um momento ela se sentiu triunfante, por Nicky tê-Ia procurado em vez de buscar o pai.
— Fique sabendo que eu não estou brincando — avisou-a Joe, calmamente, enquanto ela se levantava com Nicky nos braços. — Quero sua resposta amanhã. Se preferir, tire uma folga no trabalho, assim você não poderá dizer que não teve tempo suficiente para pensar.

Ela estava absorta durante todo o caminho de volta a casa, e foi apanhada de surpresa quando o carro parou, e Joe abriu a porta para Nicky, que pediu para que ele o carregasse. O que mais a deixou furiosa foi o fato de Joe não se mostrar triunfante, erguendo o menino com naturalidade e com um sorriso que foi imediatamente retribuído por Nicky.
— Não pense em fugir de mim, Demi — Joe avisou, colocando Nicky na cama.
Ele a seguiu até a sala de visitas, lançando-lhe um olhar inflexível.
— Esta tarde você pensou que Nicky era filho de Taylor L — ela recordou, com amargura.
— Mas agora sei que é meu e quero dar a vocês dois a minha proteção.
— Que maravilha, não? Mal posso acreditar! – Demi disse, com raiva. — Só que nós não precisamos de você, Joe. E quando eu precisei você não estava por perto.
— Eu não sabia que você estava grávida! — ele gritou pálido. — Eu já tentei lhe dizer...
— E eu não quero ouvir — ela interrompeu-o, com os olhos cheios de ódio. — Por que você não nos deixa em paz? Nicky e eu somos felizes assim.
— Talvez você seja feliz, mas, e Nicky? Uma criança precisa de pai e mãe, Demi, e se você for honesta consigo mesma admitirá que tenho razão. Como você, eu também só quero a felicidade dele. No momento em que o vi e soube que era meu filho, compreendi que não poderia deixá-Io sair da minha vida.
— Mesmo considerando que você entrou naquele apartamento apenas para encontrar as provas de que precisava para incriminar James Myers — ela concluiu, com amargura. — Ah, saia daqui, seu... Seu hipócrita!
Depois que ele se foi, ela ficou sentada, olhando o vazio e tentando chegar a uma conclusão de tudo o que havia acontecido, sem perceber que já estava escuro.
Joe não havia feito ameaças em vão, ela bem o sabia. Ele lutaria para conseguir o filho e certamente nenhum juiz ficaria do lado de uma mãe que trabalhava fora quando o pai poderia dar uma casa luxuosa e uma madrasta dedicada. Quem ele teria em mente? Taylor S? Pouco provável! Ela não gostava de crianças. Mas, com certeza, não faltariam mulheres que quisessem se casar com ele.
Uma leve batida na porta a assustou e, a princípio, ela pensou que fosse Joe. Mas quando abriu a porta viu Miley com os olhos vermelhos de tanto chorar.
— Oh, Miley, não foi culpa sua! — exclamou Demi, recriminando-se por não ter ido antes ao apartamento da amiga. Será que Miley ainda pensava que ela a culpava pelo acidente? — Eu deveria ter ido vê-Ia, mas tinha algo importante a resolver. Joe quer casar comigo por causa de Nicky — disse repentinamente, sem saber por que sentia necessidade de confiar em alguém. .
Miley ficou aliviada.
— Oh, Demi! Finalmente ouço boas notícias! Quando voltamos do hospital, o pai de Nick estava ao telefone. O irmão do meu marido ficou seriamente ferido num acidente de automóvel e meu sogro quer que voltemos imediatamente. Com Cesare no hospital não há ninguém para cuidar das coisas, e eu tinha receio de lhe dizer que precisaremos partir.
Demi sentiu um aperto no coração ao ouvir aquilo. É claro que Miley e Nick teriam de voltar para a Itália, mas quem cuidaria de Nicky? Como ela poderia sair para trabalhar se não tinha ninguém de confiança para olhá-Io? Ele ainda era muito pequeno para ir para uma escolinha mesmo que existisse uma nas proximidades. A única alternativa seria encontrar uma babá, mas ela preferia que Nicky crescesse em ambientes familiares, e foi por isso que ficou contente quando Miley e Nick ocuparam o apartamento. Também poderia colocar um anúncio à procura de outro casal, mas isso levaria tempo. E, se achasse alguém, Nicky não se acostumaria tão facilmente com eles.
— Casar! — exclamou Miley, com romantismo. — Oh, isso é tão bom. Eu logo vi que ele não iria desamparar o próprio filho. Vocês brigaram, não? E o orgulho não deixou que você lhe falasse sobre o bebê. Nick ficará satisfeito! Nós estávamos tão preocupados em lhe contar...
Demi compreendia perfeitamente a situação da amiga.
Porém, não conseguiu encontrar as palavras para dizer a Miley que não queria se casar com Joe. Não havia outra saída. Joe tinha deixado bem claro que pretendia ter o filho sob o teto dele, mesmo que para isso precisasse destruí-Ia.

1º SELINHO



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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Capitulo III

CAPÍTULO III

Todos já estavam no barzinho quando Demi chegou. Doug a recebeu com alegria e lhe ofereceu um drinque ao mesmo tempo em que lhe mostrava o bufê para que se servisse. Pouco depois Taylor se aproximou, e Demi percebeu que ele já havia bebido um pouco além da conta.
-Preciso falar com você — começou ele. — Vamos nos sentar?
Para não criar problemas, deixou que Taylor a conduzisse até uma mesa próxima ao grupo. Taylor Swift estava de pé bem em frente, e o coração de Demi disparou quando viu Joe indo em direção a ela.
— É Mary — confidenciou Taylor. — Ela quer voltar para mim. A mãe dela me telefonou esta manhã. Demi, eu mal posso acreditar!
— O que você respondeu?
— Eu não disse nada.
— Se você quer meu conselho, não diga nada, pelo menos por enquanto. Tenho certeza de que Mary vai admirá-Io muito mais se você não voltar para ela imediatamente, Taylor. Mas só você pode tomar essa decisão. Agora com licença, preciso ir embora.
— Fique mais um pouco e eu lhe darei uma carona, combinado?
— Obrigada, Taylor, mas eu realmente não posso — disse ela, levantando-se para procurar Doug.
— Não me diga que você já vai? — Doug não disfarçou seu aborrecimento.
— Sinto muito, mais preciso ir, acredite.
Taylor e Joe haviam se juntado ao grupo no bar, e Demi sentiu que enrubescia quando ouviu Taylor S. comentar:
— Um namorado? Que surpreendente! Quem é ele? Acho que podemos adivinhar, não?
Ela olhava para Tay enquanto falava, e Demi teve vontade de dizer-lhe toda a verdade.
— Que tal um beijo de boa sorte? — Doug sugeriu num tom de brincadeira.
Demi sabia que se recusasse o pedido iria magoá-Io.
Inclinando-se, ela o beijou no rosto enquanto os outros aplaudiam. Como se percebesse quanto esse gesto havia sido difícil para Demi, Doug exclamou:
— Obrigado, meu anjo. Seja paciente com Joe, pois você sabe que ele não é como eu.
— Infelizmente. — A palavra escapou antes que ela pudesse notar, e Doug não fez comentário algum porque Taylor acabava de chegar perto deles.
— Vou levá-Ia para casa, Demi.
Ela procurou se afastar, mas Tay a impediu. Ele já estava bastante alterado e começava a se tornar inconveniente.
— Parece que você passou da conta na bebida, companheiro — interrompeu Joe calmamente, procurando detê-Io.
Taylor empurrou-o e, por um momento, Demi sentiu medo ao perceber o olhar irritado de Joe.
— Vou levar Demi para casa, está decidido — disse Tay.
— Eu a levarei. Você não tem a mínima condição de dirigir, rapaz! Acho até melhor você nos dar as chaves do seu carro, a menos, é claro, que esteja planejando passar o resto da noite com Demi.
Houve um silencio eletrizante quando Demi olhou para Joe com profunda irritação.
— Não? É uma surpresa! Dê-me suas chaves, e a Taylor o levará para casa com segurança, não é, Taylor?
Taylor ficou surpresa e sentiu-se um pouco humilhada. Com certeza ela esperava esticar o programa com Joe e por isso encarava Demi com evidente hostilidade.
— Não quero que ninguém me leve para casa - disse Demi, decidida. — Sou perfeitamente capaz de ir sozinha.  Bem, tenho de ir agora senão perderei o ônibus.
— Você não vai andar sozinha pelas ruas a esta hora da noite.— Joe a segurou pelo braço.
— Aqui não é Nova York — opôs-se Demi, tentando pôr fim àquela discussão.
— Você sabe que ele está certo, Demi — interveio Doug. — Não é seguro sair desacompanhada à noite aqui em Londres.
Parecia que todos conspiravam contra ela, mas a violência nas ruas era um fato e seria tolice ignorá-Ia. Até mesmo Tay acabou concordando com a decisão de Joe e entregou as chaves para Taylor. .
Joe não largou o braço de Demi e, enquanto eles se despediam dos outros, ela disse:
— Realmente não há necessidade. Além disso, você nem sabe onde moro. Eu posso tirá-Io do seu caminho.
— Eu sei o seu endereço. Olhei no registro de funcionários. Agora, seja boazinha e fique quieta, certo?
O carro não estava estacionado muito longe dali, mas Joe continuou a segurá-Ia. Quem os visse assim poderia pensar que eram conhecidos íntimos...
Ela estava tão envolvida nos pensamentos que nem reparou quando Joe parou junto a um carro cinza que parecia bastante veloz.
— Entre — disse ele, abrindo a porta para que Demi se acomodasse.
Ela estremeceu quando Joe entrou no carro e se aproximou para apanhar o cinto de segurança.
— O que pensou que eu fosse fazer? Ceder à violenta tentação e fazer amor com você?
— Não seja ridículo! — exclamou ela com indiferença.
Joe não a tocou enquanto prendia o cinto, mas Demi sentia a presença dele intensamente, o que tornou vivas em sua mente recordações havia muito apagadas.
Joe deu a partida no carro e saiu. Olhou para Demi uma ou duas vezes, mas, como ela se recusasse a olhá-Io, ligou o toca-fitas. .
— Ainda está aborrecida porque eu atrapalhei seu romance? — perguntou Joe. — Você sabe que ele é casado, não? Conte-me a verdade, você o ama?
— Não é da sua conta! .
— Claro que é. Vocês dois fazem parte da minha equipe. Casos de amor no trabalho acabam atrapalhando o desempenho profissional!
— E você teme que meu "caso" com Tay possa afetar meu serviço — disse ela, com doçura. — Pois bem, não se preocupe, isto não acontecerá.
— Espero. Realmente, ele não parece o tipo de homem que consegue manter uma mulher satisfeita, quanto mais duas. O comentário deixou-a furiosa, e Demi esqueceu-se completamente do firme propósito de não discutir mais com ele.
— O que eu sinto por Tay não é da sua conta e não quero falar sobre isso, entendeu bem? Eu prefiro continuar a pé.
Ela procurou a maçaneta da porta, e Joe soltou um palavrão, freando o carro violentamente. Ele a segurou pelos braços e a sacudiu com raiva.
— Nunca mais tente fazer isso, sua... O que você ia fazer? Pular do carro? Caso não tenha percebido, nós estávamos a oitenta quilômetros por hora. Você sabe o que pode acontecer a essa velocidade? Não sobraria nada de você nem para contar a história!
— Pare com isso! — A cabeça de Demi latejava de susto e medo. Na verdade não pretendia abrir a porta, mas o nervosismo foi tanto que ela acabou se descontrolando, agindo automaticamente.
Joe a soltou e continuou o percurso em silêncio. Demi ouviu um barulho e, quando o olhou confusa, ele explicou friamente:
— Acionei um sistema automático de travas de segurança para as portas. Se você insiste em se comportar como uma criança, precisa ser tratada como tal. Ou está pensando que se você se matar na minha frente me deixará com remorso?
Demi teve vontade de lhe dar um tapa na cara, mas contentou-se em dirigir-lhe um olhar de desprezo.
Joe só lhe perguntou o caminho uma vez, logo que eles saíram da estrada principal para entrar na rua em que ela morava. Quando o carro parou em frente a casa, Demi ficou satisfeita por já estar escuro e por Miley e Nick não poderem ver quem a acompanhava.
Ela se voltou para abrir a porta, esquecendo que estava trancada.
— Oh, não, você não vai sair. Não assim com essa pressa.
Nós temos muito o que conversar! Você pensa que pode continuar me tratando desse jeito? Eu não sou Taylor, Demi.
— Eu sei — respondeu ela, fria. — Sei exatamente que tipo de homem você é, Joe. Sádico, mentiroso, completamente insensível. Preciso continuar? Mas não se preocupe, sua reputação estará a salvo. O grande e inteligentíssimo repórter que conseguiu um furo de primeira página e chutou a tola que o ajudou, deixando-a sozinha para enfrentar todas as acusações!
— Não foi bem assim — disse, segurando-a pelos braços.
— Eu... Que inferno! — Ele a afastou. — Não coloque toda a culpa em mim, Demi. Você também teve uma participação nisso tudo, embora prefira esquecer. Não foi só culpa minha.
— Deixe-me sair deste carro! Acho que você é a pessoa mais desprezível que já conheci! Oh, pelo amor de Deus, não me toque! — Demi gritou, tentando afastar-se enquanto ele a mantinha presa, desafiando-a com o olhar.
— Vamos, me bata. — Deu um sorriso desdenhoso.
Ela lutava para se livrar, mas seus movimentos agitados apenas a aproximavam mais dele.
— Eu odeio você!
Não queria que Joe a tocasse, não poderia resistir. Desde que ele a deixara, ninguém mais havia encostado nela, e às vezes Demi achava que se alguém o fizesse ela não suportaria. Sentia medo de que os sentimentos há tanto tempo abafados de repente viessem à tona e a levassem novamente àquela explosão de desejo que dividira com Joe.
Ela se recusava a aceitar que era seu amor por Joe que a deixava totalmente desarmada.
— Dizem que o ódio e o amor andam juntos — Joe falou num tom de gozação.
— Amor! Só o pensamento de tê-Io ao meu lado me deixa com náuseas.
— É o que está acontecendo agora?
No mesmo instante Demi ficou tensa. Tentou se afastar quando ele inclinou a cabeça em sua direção, mas Joe prendeu o rosto dela entre as mãos, beijando-a com raiva.
Demi sentiu-se desesperada diante do domínio daqueles lábios. Quando Joe soltou sua cabeça, ela pensou que havia vencido. Cruelmente, porém, ele colocou a mão pela abertura da blusa dela, acariciando-lhe os seios com brutalidade. Essa aproximação não lhe trouxe recordações insuportáveis como ela imaginava que fosse acontecer. No entanto, sabia que Joe estava apenas tentando puni-Ia e humilhá-Ia com toda aquela violência.
O pânico fazia Demi lutar com todas as forças, mas Joe a subjugou facilmente. Sua blusa estava aberta, e ela fechou os olhos com horror quando pressentiu a intenção de Joe. Sentindo o peito dele contra o corpo enquanto tentava afastá-Io, Demi soltou um gemido fraco que fez com que Joe a soltasse.
— Não precisa desmaiar. Você não é nenhuma heroína frágil — comentou Joe. — Meus Deus, parece ser verdade o que andaram comentando. Você está fria como gelo!
— Você me fez ficar assim! O que estava esperando? Que eu caísse em seus braços com gritos de êxtase? Deixe-me sair daqui! — Uma terrível inércia tomava conta de seu corpo inteiro.
Desta vez, quando Demi procurou a maçaneta, a porta se abriu instantaneamente.
Ela não conseguiria encarar Miley e Nick e por isso foi primeiro para seu próprio apartamento. Olhando-se no espelho, viu os cabelos despenteados, a boca machucada e o colo todo marcado. Tremendo de desgosto, Demi arrancou a blusa e o sutiã, jogando-os no lixo. Não queria mais senti-los junto à pele.
Tomou uma ducha fria, o que não a deixou menos angustiada e aturdida. Queria apenas se deitar, mas tinha medo de pensar em tudo o que havia acontecido. Por isso, com esforço, vestiu-se e penteou os cabelos antes de ir buscar Nicky.
Apesar de tentar disfarçar, ela sabia que Miley havia notado sua boca machucada, embora a amiga não tivesse feito comentário algum.
— Desculpe, cheguei um pouco tarde. Está tudo bem?
— Tudo bem! E você, como está? Não me parece muito disposta — comentou Miley, preocupada.
— Estou com dor de cabeça, só isso. — Era verdade. Sua cabeça latejava, e ela não parava de tremer, mesmo não estando com frio.
Nick insistiu em carregar Nicky para baixo.

Nicky tem sorte!, Pensou Demi. Se a vida dela fosse tão simples quanto à dele!

De madrugada, Demi teve um pesadelo terrível. Nicky estava chorando, e ela tentava ir até ele mas não conseguia se mover pois algo a segurava. Desesperada, procurava em vão se soltar e gritava para que o filho a esperasse: De repente, se virou e o rosto que viu era o de Joe; frio e zombeteiro.
— Não! — gritou, abrindo os olhos. O quarto rodava e ela sentiu uma náusea muito forte quando tentou levantar a cabeça do travesseiro.
Enxaqueca! Há tempos que não tinha uma crise, e, dessa vez, a causa era evidente. Olhou para o relógio sabendo que não poderia ir trabalhar, pois as crises costumavam ser violentas. Quando tentou alcançar o telefone para ligar para o jornal, ela ouviu Miley abrir a porta do apartamento e correr para o quarto.
— Você está doente? O que aconteceu? Alguma coisa grave?
— Uma enxaqueca pavorosa! Estava tentando ligar para o escritório.
— Deixe que eu faço isso. Onde está o remédio?
Depois de tomar os comprimidos, Demi começou a se sentir sonolenta e desejou que no dia seguinte estivesse totalmente recuperada.
No fim da tarde acordou sem dor de cabeça, mas ainda sentia-se bastante zonza.
Quando bateu à porta de Miley, foi recebida alegremente por Nicky, que queria saber se ela estava melhor. A amiga insistiu para que ela e o filho jantassem com eles.
— Você tem trabalhado muito — disse. Miley. — Além do mais, esse calor também não colabora.
Estava realmente muito quente, mas Demi sabia que o clima não era o responsável por seu mal-estar.
— Falei com seu chefe. Ele ficou muito preocupado quando eu disse que você estava doente.
— Você mencionou Nicky? .
— Não — Miley respondeu sem entender a razão da pergunta.
— É que as pessoas no escritório não sabem que tenho um filho.
Embora Miley tivesse aceitado a explicação, Demi percebeu que ela ficara bastante curiosa e rezou para que não surgisse, a oportunidade de a amiga conhecer Joe.
Nicky não parava de falar quando Demi o colocou na cama, e sentiu-se orgulhoso ao contar para a mãe como não havia sido medroso quando Nick o jogara para o ar, numa das brincadeiras de costume.
— Por que não tenho um pai? — ele perguntou subitamente.
— Você tem a mim — respondeu Demi. — Não é o bastante, filhinho?
— Eu queria um pai também. Você não pode brincar comigo como um pai.
Demi conseguiu distraí-Io falando dos ursos que iriam ver no zoológico, mas não poderia fazer isso pelo resto da vida. Pela primeira vez ocorreu-lhe que Nicky poderia ficar magoado imaginando que ela rejeitara o pai dele. Não conseguiu conter as lágrimas ao pensar nisso. Se Nicky fosse adulto, poderia lhe explicar tudo, mas talvez já fosse muito tarde...

Divulgação *-*

Não é Histórias ... Nele as meninas fazem concursos...
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Capitulo II

CAPITULO II

Já passava das sete horas da noite quando Demi desceu do ônibus. No último minuto surgiu um artigo urgente, e ela precisou trabalhar até mais tarde.
O caminho até sua casa era longo, mas havia três anos a tinha comprado justamente por ser fora da cidade. A propriedade era dividida em dois apartamentos independentes.
Demi morava na parte de baixo e a outra era habitada por um casal de italianos. Eles tinham uma filhinha, Caterina, e Demi se dava muito bem com essa família, principalmente com Miley, esposa de Nick que era de sua idade. Miley a esperava quando ela abriu a porta, e isso a deixou assustada.
— Aconteceu alguma coisa?
— Calma, está tudo bem — disse Miley. — Nunca conheci uma mãe tão aflita! Só vim apanhar o pijama dele. Parece que já está cansado de brincar no jardim.
Aliviada, Demi se encostou à porta. Esse era o preço que tinha de pagar por trabalhar fora. Sabia que Miley cuidava de Nicky como se fosse seu próprio filho, mas sempre temia que ele precisasse dela enquanto estivesse ausente.
A sorte era ter Miley por perto. O casal havia chegado a sua casa desesperado, e Demi deixou que ocupassem o apartamento por um modesto aluguel. Como Miley não trabalhava, era ela quem tomava conta do menino.
As duas subiram para o apartamento de Miley e quando chegaram lá um garotinho moreno se atirou nos braços de Demi, perguntando por que tinha demorado.
— Estive trabalhando para ganhar bastante dinheiro, meu amor — respondeu suavemente.
Nicky sabia que sua mãe precisava ganhar dinheiro, mas Demi achava insuportável ficar repetindo sempre a mesma coisa.
— Ele já tomou o chá — disse Miley com um sorriso.
Demi agradeceu, sem tirar os olhos do filho.
— Você ficou bonzinho? — perguntou ela, com interesse.
Quando o filho respondeu que sim, seu coração se encheu de amor.
— Vá buscar os brinquedos para a mamãe — disse Miley, fechando a porta da sala atrás dele.
— O que há de errado? — Demi quis saber depois que Gina fechou a porta.
— Na verdade, nada. Hoje, quando estávamos no parque, Nicky perguntou pelo pai. Ele é muito inteligente, Demi. Já notou que Caterina tem pai e mãe e constantemente me faz perguntas sobre o que aconteceu com o pai dele. Será que ele realmente não o quer?
— O pai dele nem mesmo sabe que Nicky existe. Por favor, Miley, não toque nesse assunto, principalmente hoje.
Eu não suportaria...
— Pelo bem de Nicky você deveria contar-lhe. Você não pode iludi-Io eternamente. Logo ele terá idade para ir à escola, e as outras crianças vão ficar curiosas.
— Hoje em dia é normal crianças com apenas um dos pais, e certamente Nicky está vivendo melhor apenas comigo do que com pais que brigam constantemente...
— Ele é muito sensível. Quando pergunta pelo pai, seu olhar fica confuso e isso me corta o coração. Hoje ele quis saber se o pai não o queria. O que eu podia responder?
Felizmente consegui distrair sua atenção. Mas Nicky está crescendo e logo terá três anos. O que você vai lhe dizer?
— O que posso dizer? — perguntou Demi, com amargura. Ele foi concebido por acidente e meu... Caso com o pai dele já estava terminado havia muito tempo quando descobri que estava grávida. Como posso lhe contar isso?
Elas ouviram a porta se abrir, e Nicky apareceu carregando um ursinho de pelúcia e uma .sacola de brinquedos de plástico.
— Diga boa-noite a Miley — disse Demi.

Mais tarde, quando o colocava na cama, ela examinou cuidadosamente as feições de Nicky. Ele era muito parecido com Joe: tinha os mesmos olhos e os mesmos cabelos castanhos.
Ao descobrir que estava grávida Demi deixara o emprego. Praticamente tinha ficado histérica ao ver-se envolvida num escândalo, tendo de enfrentar a imprensa e a polícia, e a notícia de que estava esperando um filho de Joe quase a levara à loucura.
Quando o menino nasceu, após uma noite de dor e angústia, não quis vê-Io, mas a parteira colocou-o em seus braços e desde então Demi não quis mais se separar do filho. Ela sentia uma leve satisfação ao saber que Joe nem imaginava a existência dessa criança. Não fora fácil criá-Io sozinha, principalmente com a preocupação de sustentá-Io e garantir-lhe o futuro.
Até agora Nicky havia aceitado o fato de ter apenas a "mãe", mas, como Miley bem disse, não demoraria para que começasse a fazer perguntas sobre o pai.

Na manhã seguinte, Nicky parecia estranho. Estava com o olhar distraído e distante ao sentar-se para tomar o café da manhã e Demi imaginou que talvez ele tivesse percebido sua tensão.
— Não vá trabalhar mamãe — pediu ele, com os olhos cheios de lágrimas. — Fique comigo, está bem?
— Você sabe que eu preciso ir, Nicky. Amanhã é sexta-feira e depois disso a mamãe ficará dois dias inteirinhos com você. Se você se comportar, iremos dar um bonito passeio.
— Onde? — perguntou ele, esquecendo as lágrimas. — Ver os ursos no zoológico?
— Quem sabe? Termine de comer o pãozinho como um bom menino, filho.
Por causa de Nicky, Demi se atrasou e quando chegou à avenida viu seu ônibus indo embora. Não gostava de chegar atrasada na parte da manhã, mas Doug compreenderia. Não que ele soubesse sobre Nicky. Ninguém no escritório imaginava que tivesse um filho, e ela queria que continuasse assim principalmente agora que Joe estava trabalhando no jornal.
Ele nem mesmo quis saber por que eu troquei de nome, pensou com amargura. Ela se chamava Devonne Walker. Então tirou o primeiro nome e mudou o sobrenome para o de solteira de sua mãe: Demi Lovato. Joe não perguntaria por que com certeza tinha seguido todos os detalhes pelos jornais.
Já eram nove e dez quando ela chegou ao escritório.
— Ora, viva! Finalmente você chegou! — Joe exclamou, com rapidez. — Está dez minutos atrasada. Hoje é uma exceção ou preciso ir me acostumando?
— Sinto muito pelo atraso — ela desculpou-se friamente, apanhando os envelopes que estavam sobre a escrivaninha. — Vou apenas examinar a correspondência e então estarei à sua disposição.
— Ei, madame, onde a senhora pensa que vai com isso? Ninguém me passa para trás, está ouvindo? Sou perfeitamente capaz de tratar disso sozinho. Com certeza Doug precisava muito de sua assistência, mas eu não. Dê-me isso.
— Sim, Sr. Jonas — ela respondeu, entregando-lhe as cartas. — Por falar nisso, onde está Doug?
— Acredito que esteja se despedindo. Hoje é seu último dia por aqui.
— Mas pensei que...
— Você pensou o quê? Que eu tinha necessidade de que ele cuidasse de mim até quando? Este lugar não comporta mais de uma pessoa. Por isso, por mais que goste e respeite Doug, não quero que ele fique supervisionando tudo o que faço. Tenho certeza de que ele sentiria o mesmo na minha situação.
— Não demorou muito, não é? Primeiro você tenta se livrar da secretária e agora quer que ele também vá dando o fora. E isso?
— Doug disse para lembrá-Ia de que ele a espera esta noite no barzinho para comemorar com o pessoal. Creio que seu namoradinho também estará lá.
Ela ia dizer que não tinha namorado, quando compreendeu que Joe se referia a Taylor.
— Provavelmente não irei. — Demi não tinha avisado Miley de que chegaria atrasada.
— Parece que encontra prazer em estragar o divertimento dos outros, não é? Agora posso entender por que você teve de se livrar de "Devonne". Ela era muito doce e simples. Gostaria de saber que pensamentos passam por essa sua cabecinha fria. Você nem mesmo pode se humanizar um pouco e se despedir de Doug?
— Você não tem o direito de falar assim comigo! — Ela tremia de medo e raiva. Era como se pela primeira vez o estivesse vendo sem aquela adoração de antigamente. Como poderia ter achado que ele era um amante terno ou um homem que transmitia segurança? Joe era um predador, um caçador que matava e despedaçava as presas que abatia.
A porta se abriu e Doug entrou, olhando de Joe para ela. — Que tal um café, amor? — sugeriu a Demi. Virando-se para Joe, acrescentou: — Demi é maravilhosa. Antes de ela vir trabalhar aqui, tínhamos de nos contentar com o café da cantina, mas agora tomamos cafezinho fresco todas às manhãs. Garanto que é um tratamento bem melhor do que aquele que você recebia nos Estados Unidos.
— Lá existem máquinas. Por isso, é menor a perda de tempo. O que acontece quando Demi se ausenta do serviço? Você contrata secretárias temporárias ou...
Demi não quis olhar para Joe. Ele estava tentando descobrir se havia outra secretária que pudesse ficar no lugar dela.
— Quando ela tirou férias, fiquei com uma das garotas do serviço temporário. Não é o ideal, de jeito algum, mas nós nos arranjamos. Você vai hoje à noite, não vai, Demi?
— Não sei... Não estou convenientemente vestida.
— Pois eu faço questão da sua presença. Vou sair e deixar que vocês se conheçam melhor. E, por favor, mantenha o café quente — acrescentou, saindo da sala.
— Nunca imaginei que tivesse se tornado uma sedutora, Demi. Parece que você tem todos os homens na palma da mão — Joe comentou com ironia.
Ela engoliu o insulto, dando graças a Deus por estar de costas para ele.
— Deixe isso para lá — ordenou ele, quando ela foi apanhar a cafeteira. — Nós temos muito trabalho hoje.
Ela o acompanhou até o escritório e começou a anotar um ditado. Como que para castigá-Ia, ele ditava numa velocidade muito maior do que Doug costumava fazer, entretanto Demi não se preocupou. Ela adorava taquigrafia e esta foi uma ótima oportunidade para colocá-Ia em prática. Procurava caprichar o máximo, quando de repente o telefone tocou.
Joe o atendeu, ouviu em silêncio e depois disse:
— Claro que não estou ofendido, querida Taylor. Pelo contrário, estou muito lisonjeado, pois não é todo dia que uma mulher tão bonita como você me convida para almoçar. À uma hora está bem para você?
Desligando o telefone, ele se dirigiu a Demi:
— Leia a última parte. Esqueci onde estava.
Demi tinha certeza de que ele estava mentindo. A carta era longa e complicada, mas ela leu com ótima discrição e, ao terminar, percebeu que Joe a olhava com sarcasmo.
— É quase como ter meu próprio computador! Você nunca quis descer do seu pedestal e se juntar à raça humana?
— Contanto que ela não inclua você — Demi respondeu com amargura.
— Então é assim. — Joe se aproximou dela. — Não me responsabilize por tudo, Demi. Você...
— Eu fui tola e estúpida, e você tirou vantagem disso, não é Joe? Deus, como eu o odeio! Ver você no fundo do poço não seria suficiente para me satisfazer!
— E por isso que você insiste em ficar aqui? Você quer se vingar? Fale!
— Estou aqui porque preciso do emprego — respondeu ela friamente. — Além disso, acho que a chefia não ficará muito impressionada com seu novo editor se eu contar os verdadeiros motivos de sua ansiedade por me afastar daqui. Tenho certeza de que os jornais concorrentes adorariam essa história. Gostaria de saber quanto eles pagariam por minhas declarações.
— Isso é uma faca de dois gumes, você não vê? Trabalhando para mim, você se coloca sob a minha autoridade. Não fica amedrontada?
— Não — mentiu Demi. — Você já fez o pior que poderia ter feito!

Só na hora do almoço Demi conseguiu telefonar para Miley e avisá-Ia de, que chegaria mais tarde.
— Parece que você resolveu pensar no que eu disse sobre Nicky — brincou Miley. — Espero que tenha sorte em encontrar um pai para ele.

Demi pensou que Joe chegaria mais tarde por causa de Taylor, e não fechou a porta de sua sala. Estava no meio da conversa com Miley quando ele entrou.
— Chamada pessoal? — perguntou Joe, com sarcasmo, logo que ela desligou. — É a primeira vez que vejo um sinal de vida em você desde que cheguei. Taylor sabe sobre ele?
— Minha vida particular não é da sua conta — respondeu Demi, dando as costas para ele para procurar um papel no arquivo.
— Você ainda usa o mesmo perfume — comentou Joe.
— Você ainda lembra? Ah! Os repórteres são treinados para lembrar-se dos mínimos detalhes, não é mesmo? Foi assim que você conseguiu aquele furo, certo? Como deve ter sido cansativo ficar ouvindo os meus problemas! Mas no final você foi bem recompensado. Como disse a Taylor, a história o tornou famoso da noite para o dia. Fiquei surpresa com o fato de, ontem, você não contar a todos quem eu era. Ou será que se envergonha de revelar os meios sórdidos como conseguiu aquela história?
— Você não fez tudo com indiferença?
— Eu não era indiferente quando permiti que fizesse amor comigo. Gostaria de pensar que trabalhando para você poderia tornar sua vida um inferno, Joe, mas nós dois sabemos perfeitamente que você jamais se arrependeu!
Joe tentou tocá-Ia, mas Demi se afastou. A raiva era evidente no olhar que ele lhe lançou. É claro que ele nunca se sentira atraído por ela. Joe era o tipo de homem que sempre seduzia todas as mulheres que queria. E como deve ter, zombado da ingenuidade dela!
Às cinco horas, Demi já havia terminado o serviço e foi até o vestiário para descansar um pouco.
— Que desperdício — dizia uma garota para outra sem perceber a presença de Demi. — Um homem maravilhoso ao lado de Lovato, que mais parece uma geladeira! Aposto que ela não sabe o que fazer com um homem daqueles! Basta ver como se comporta com o idiota do Taylor!
Alguém a cutucou, e a garota olhou, sem graça, para Demi. Por um momento Demi teve vontade de lhe dizer o que faria com, um homem como Joe Jonas, mas desistiu, fingindo não ter ouvido nada. Então era aquilo que diziam dela? Muito bem! Mas que importância tinha isso?